terça-feira, 12 de julho de 2011

Apresentação cultural e exibição de documentário na SBPC

Buscando apresentar as reivindicações da nossa categoria na 63ª reunião da SBPC que está sendo realizada nesta semana na UFG, o comando de greve estabeleceu uma tenda neste evento. Neste espaço vem sendo realizada uma pequena programação cultural.

O destaque se dá para o dia 13/07 em que haverão duas atividades, uma apresentação musical e a exibição de um documentário.

A apresentação musical terá início às 15h30min e trará para o espaço de luta um pouco de samba.

Mais ao fim da tarde, às 18h, será exibido em estilo de cinema(tela grande e tudo mais), o documentário "ABC da greve" de Leon Hirszman. A apresentação será realizada pelo o Cineclube Cáscavel.

Sobre o documentário:

"Trata-se da produção em cima do material deixado por Leon Hirszman, o mesmo diretor do filme "Eles não usam blacktie", que mostra o movimento grevista de 1978 de 150 mil metalúrgicos do ABC em plena ditadura militar.

Parece aqueles filmes que mostram uma república das bananas totalitária na Africa, América Latina ou Ásia. Mas era o Brasil, gravado naquele momento.


Serve como modelo de estratégia, organização, determinação e coragem para qualquer sociedade explorada, que luta contra o poder e a mídia. É um manual de como se fazer greve.
Imperdível. " (fonte: http://docverdade.blogspot.com)

3 comentários:

  1. Prezados,

    peço licença para entrar nesse grupo e expor as minhas opiniões.

    Na última assembleia, realizada no auditório da Faculdade de Educação no dia 21/07, declarei que eu não acredito que a paralisação das atividades é o melhor caminho para nós expormos a nossa insatisfação com a posição do governo de não reajustar o salário da nossa categoria e de não negociar as demais pautas da categoria. Fui mal interpretado por muitos e por isso escrevo para esse blog.

    Quero, antes de qualquer coisa, dizer que eu concordo que nós enquanto categoria temos que lutar para impedir que o governo negligencie a educação pública. Acredito que nós somos um dos principais responsáveis pela manutenção e ampliação dos investimentos na educação pública, incluindo nisso a manutenção do nosso poder de compra. Quando a universidade é deixada de lado, somos nós que temos a responsabilidade de expor pra sociedade o que o governo está fazendo. Nós não podemos ficar apáticos enquanto o governo inicia um processo de congelamento de salários e de desinvestimento na universidade pública. Nós temos que lutar para que essa instituição seja prioridade para o governo e nessa luta está inclusa a valorização da nossa categoria.

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  2. Porém, eu não acredito que é prejudicando a universidade que nós teremos a atenção, tanto do governo quanto da sociedade, para as nossas reivindicações. Não ir para o trabalho ou impedir que o trabalho seja realizado não é a melhor maneira de pressionar o governo, pelo contrário, ao deixar de ir para o trabalho nós dificultamos o alcance dos nossos objetivos. Em primeiro lugar nós colocamos a opinião pública contra nós, ninguém gosta de ser prejudicado e nem entende que isso é uma luta por dignidade e por direitos, tanto é verdade que nossa própria categoria evita prejudicar os interesses dos servidores com a greve, além disso a má fama que os servidores públicos possuem ganha mais respaldo quando a pessoa deixa de ir para o trabalho para poder viajar ou cuidar de assuntos particulares. Em segundo lugar é difícil sensibilizar a população para lutar pela educação pública se nós mesmo estamos empenhados em prejudicar ao máximo a universidade, como cobrar do governo que ele tenha responsabilidade com a universidade se nós mesmos estamos deliberadamente atacando ela? Em terceiro lugar existe a questão da dificuldade de reunir as pessoas para poder fazer manifestações, se a pessoa fica em casa é mais difícil de divulgar os eventos e de chamar para a participação. Se as pessoas estivessem no seu lugar de trabalho nós poderíamos fazer um arrastão na parte da manhã convocando as pessoas a irem para determinada manifestação na parte da tarde. Por último, a paralisação exige uma energia muito grande do comando de greve em ficar deliberando a respeito do que deve funcionar ou não, tempo esse que poderia estar sendo utilizado para definir ações que efetivamente pressionassem o governo e sensibilizasse a sociedade, como programas na rádio e na tv, sem falar nos recursos que são gastos na manutenção de piquetes. Esses são apenas alguns pontos preliminares sobre as desvantagens de paralisar as atividades, existem vários outros, mas o fato é que a paralisação não é a melhor alternativa, até porque nós temos um governo que se acha no direito de não dialogar com grevista.

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  3. Eu entendo que a cultura da paralisação está bastante enraizada no movimento de greve, ao ponto de parecer um contrassenso propor uma greve onde as pessoas continuem trabalhando. No meu entender a greve no serviço público serve para alertar a população do descaso do governo com determinado serviço e para demonstrar para os governantes que a categoria está insatisfeita. Nós não somos funcionários de indústrias onde o patrão depende da nossa força de trabalho para gerar lucro, a paralisação das nossas atividades não gera prejuízo financeiro para o nosso patrão. Ao paralisar as nossas atividades nós não constrangemos ninguém, além de nós mesmos, nós não prejudicamos ninguém, além das pessoas que não tem nada a ver com a definição do nosso salário, nós não demonstramos comprometimento com a educação, apenas demonstramos que nós priorizamos a manutenção do nosso poder de compra.

    Então eu proponho que todos voltem ao trabalho, porém o estado de mobilização continuará, nós continuaremos a financiar o fundo de greve para que seja exposta na mídia e nas ruas a nossa insatisfação, nós faremos passeatas e atos políticos com um expressivo número de servidores, nós vamos intensificar a cobrança aos parlamentares, vamos continuar lutando pela educação, tanto nas ruas quanto nos nossos postos de trabalho. As coisas melhoram quando nós nos empenhamos em fazer elas melhorarem, e ficar paralisado não me parece uma forma muito eficiente de empenho. Eu sou a favor da mobilização da categoria, sou contra a política de arrocho salarial, eu só discordo que a estratégia de paralisação das atividades é a melhor opção para o alcance dos nossos objetivos.

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