terça-feira, 5 de julho de 2011

Por que estamos em greve e a importância de não nos rendermos!

Abaixo uma contribuição dos companheiros da UFES (Vitória-ES):
A greve dos trabalhadores técnico-administrativos das universidades brasileiras teve início no dia 6 de junho.  A deflagração da greve se deu pelo descaso do governo com o processo de negociação aberto a partir do acordo assinado em 2007, onde a maioria dos itens da pauta ficaram pendentes e embora no período desses últimos 4 anos tenhamos reunido com o governo em diversas oportunidades, o governo sequer apresentou uma contraproposta à pauta da FASUBRA, o que no nosso entendimento configuraria uma negociação efetiva. Outro elemento importante que motivou os trabalhadores para a greve desde o início do ano, foi a MP 520 editada pelo governo Lula no último dia de mandato e ferrenhamente defendida pelo Ministro da Educação Fernando Hadad, No rumo da privatização dos hospitais universitários.
Sempre tivemos toda a disposição para negociar mas infelizmente a história da FASUBRA aponta que nunca houve negociação efetiva sem greve e no momento que a greve foi deflagrada foi nessa compreensão, já que depois de muitas idas e vindas e quatro anos de conversa com o governo não houve qualquer possibilidade de uma acordo e o governo sequer se dispôs a apresentar uma contraproposta.
A greve se caracteriza hoje como um dos movimentos mais fortes já realizados na base da FASUBRA, com grande adesão dos novos trabalhadores, uma grande massa ainda em estágio probatório.  São os trabalhadores que hoje entram no serviço público e vêm as condições ruins de trabalho, principalmente no aspecto salarial e já entendem a luta dos trabalhadores como o único caminho para vencer a intransigência do governo em respeitar e valorizar de fato o nosso trabalho. Somente isso já torna o movimento vitorioso, pois certamente estamos construindo a continuidade do movimento, através das novas lideranças que surgem. Outro fato importante é nossa resistência para que não seja apresentado projeto de lei em substituição à MP 520 como anunciou o governo: nossa greve certamente é um empecilho para eles e precisamos manter essa discussão viva em todos os ambientes de nossas manifestações.
Sabemos que greve é confronto, é o principal instrumento dos trabalhadores na luta de classes e no caso dos servidores públicos contra a política do governo que está a serviço do capital. Nesse momento o governo endurece ao dizer que não negocia com os trabalhadores em greve. Nossa resposta deve ser dada na mesma amplitude, pois nesse “cabo de guerra” quem fraquejar primeiro sai derrotado. Não nos interessa sair da greve para negociar, pois esse é um processo que já existia e não deu nenhum resultado para os trabalhadores. Para nós a única forma de termos negociação é com a base amplamente mobilizada e discutindo cada passo dado pelos nossos interlocutores na mesa e isso só é possível com a greve instalada e a discussão realizada nos comandos locais e no comando nacional de greve.
Nessa semana completaremos um mês de greve e estamos perto de alcançar o ápice do movimento com quase todas as Instituições Federais de Ensino em greve. É o momento de mostrarmos nossa força e dizermos em alto e bom som: o governo tem que negociar com os trabalhadores em greve. Para isso, devemos indicar ações conjuntas em todas as entidades no sentido de pressionar o governo para que receba o Comando Nacional de Greve e apresente proposta concreta para pelo menos amenizar a situação vexatória que é a nossa tabela de vencimentos e para os demais pontos da pauta que estão em discussão já há muito tempo e precisam de uma definição.
Intensificar o movimento de greve;
Fazer movimento de rua para sensibilizar a sociedade;
Fortalecer o Comando Nacional de Greve;
Tirar na base, resoluções que devem ser defendidas pelos delegados no CNG;
Firmeza na greve até que nossa pauta seja negociada.

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