Julho é mês de férias. Mas, em 2011, será também de grande movimentação na Universidade Federal de Goiás (UFG), tendo em vista a realização da 63a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O fato de Goiânia ser sede deste evento coincidiu com a eclosão da greve dos trabalhadores das universidades públicas brasileiras. Essa realidade gerou polêmica entre a comunidade universitária nas últimas semanas, uma vez que os trabalhadores passaram a ser pressionados a voltar ao trabalho - ainda que a greve seja um direito social garantido pela Carta Magna brasileira.
Discursos como "o compromisso assumido com a SBPC é anterior à greve" e "não podemos sabotar um evento tão importante para a divulgação da ciência nacional" atormentaram os técnico-administrativos, que se dividiram entre a opção de aderir ou não à paralisação nos dias do evento, que ocorre entre 10 e 15 de julho.
A Reitoria chegou a solicitar oficialmente ao comando local de greve a liberação de trabalhadores, sobretudo, em serviços considerados essenciais. No entanto, ao final de um longo debate realizado durante todo o dia 28 de julho, terça-feira, foi aprovado por 11 votos a 8 que o comando local de greve iria indicar aos trabalhadores da UFG que não interrompessem a paralisação. A conclusão do grupo foi que o momento é de radicalização do movimento, tendo em vista que nenhuma pauta de reivindicações da categoria foi recebida pelo governo federal.
Tendo a SBPC caráter de difusão e divulgação da produção acadêmica junto à sociedade, mas, também, papel político relevante para a comunidade científica, os trabalhadores optaram por participar ativamente na condição de grevistas e ativistas, realizando uma série de atos políticos durante o evento. A Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (FASUBRA) foi convidada a construir em conjunto um grande ato.
A greve dos trabalhadores técnico-administrativos da educação superior foi deflagrada em âmbito nacional no dia 8 de junho e, atualmente, está instalada em 47 universidades. Os Institutos Federais e outros órgãos do serviço público federal também sinalizam com a possibilidade de aderir à paralisação, por tempo indeterminado.
Insatisfeitos com a dificuldade de conversar com o governo federal sobre reposição salarial, aumento do quadro de trabalhadores e sobre outras questões que afetam diretamente a qualidade de vida no trabalho, o funcionalismo público brasileiro ameaça realizar greve geral. Acompanhemos os próximos enlaces!
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